Tenho refletido um pouco sobre esta coisa que é o sentir-me bem ou mal com o comportamento dos outros.
Eu para me sentir bem preciso que fales comigo docemente, me dês a atenção que eu quero e quando eu quero, me proporciones aqueles momentos inesquecíveis planeados milimetricamente para que coincidam com o pôr do sol no momento em que o horizonte se enrubesce.
No entanto se no minuto seguinte algo que tu fazes me irrita, o caldo entorna-se e passas a ser o responsável por toda aquela emoção de autocomiseração que me assola.
Referi um tipo de relacionamento particular, mas a verdade é que usamos os outros para nos sentirmos bem ou para nos sentirmos mal. Uma das cores do meu arco-íris emocional manifesta-se e naquele momento dou-lhe um nome, é o João, é o Pai, a Mãe, a Amiga, a Irmã, o Mundo.
Tomar consciência de que o que outro é, que o que ele faz, nada tem a haver com a forma como eu me sinto, liberta-me.
E fico livre para quê, perguntam-se? Já experimentaram permitir-se sentir alegria, rir, num momento em que tudo corre mal, em que o fim do mundo parece manifestar-se perante os nossos olhos. Ou em oposição, sentir melancolia e tristeza perante um momento de celebração, de festa, de brincadeira infantil.
Eu acho que a nossa liberdade para ser expressa necessita de uma bela de uma dose de coragem e de uma colherada de não nos levarmos a sério.