Bem Me Quer | Mal Me Quer

Tenho dedicado boa parte do meu tempo nos últimos 10 anos a tentar perceber isto da Auto-Estima, estas palavrinhas que descrevem o quão bons conseguimos ser para nós mesm@s.

Aos poucos tenho percebido que se trata de uma historinha muito mal contada, cheia de curas milagrosas tais como fazer apenas aquilo de que gosto e que me dá prazer com a companhia escolhida, muitos momentos para mim mesma em meditação/ leitura/ autocontemplação, viagens, bons momentos em família, saber dizer não, saber dizer sim. Uma mão cheia de muita Auto-Ajuda.

Em boa verdade nunca fui grande mãe para mim mesma, sempre cheia de dúvidas e inseguranças a cada passo do caminho. Mas isso eu já sabia, o que me apanhou mais de surpresa foi o perceber o grau de Ódio que eu sinto por mim.

E onde é que eu encontrei este Auto-Ódio? Em algo que acontece quando surge a dúvida depois de ter feito algo, e como uma Boa Mãe Educadora levanto a mão e deixando-a acertar no meu corpo recito a tabuada já memorizada “Esta foi a última vez que fizeste isto! Ainda não aprendeste? Já deverias saber fazer isto bem! Nunca vais conseguir! “. E esta Boa Cuidadora vem na boa companhia da Vergonha, empurrando-me para aquele caixote de lixo etiquetado com Produto Danificado.

Do que consigo compreender a Auto-Estima ou Amor-Próprio, o que preferirem chamar, começa a desenvolver-se no momento em que erramos e percebendo que fizemos asneira da grossa não sentimos qualquer vergonha/ culpa. Somos capazes de estar naquele momento presentes quando alguém nos corrige, sem fugir. Ficamos ali, a aprender com o que aconteceu, na expectativa de que na próxima vez nos seja possível fazer diferente.

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Publicado por Joana Mourisco

Nasci no Porto em 1978 e a minha formação académica é de engenharia. Desde que me lembro que questiono quem sou e se realmente me conheço. E é desta forma que vivo os dias, à procura de me conhecer um pouco mais.

2 opiniões sobre “Bem Me Quer | Mal Me Quer

  1. Palavras tão bonitas e cheias de sentido! Acho que todos nós somos um bocadinho más mães ou mais pais de nós próprios. Uns mais e outros menos. Obrigada pela partilha bonito de mais um bocadinho de ti! E acima de tudo a coragem de o fazer publicamente.

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