Houveram momentos na nossa infância em que acreditamos haver algo de errado connosco. Fosse a forma efusiva e descontrolada com que brincávamos e nos magoávamos, ou quando expressávamos a nossa vulnerabilidade com um choro, uma birra. Mesmo aconchegados pelo carinho no seio da família, percebemos cedo que estávamos sozinhos a ser quem éramos, a expressarmo-nos do melhor modo que sabíamos, isto é, da forma que nos fazia mais sentido.
Numa forma de sairmos desse lugar inseguro e solitário, fomos aos pouco ajustando o nosso comportamento para que os outros gostassem de nós e para que em nossa casa existisse um ambiente mais pacífico.
E lentamente nos afastamos de quem realmente somos, da nossa expressão muitas vezes desarticulada, confusa, insegura e outras vezes focada, direcionada, confiante. Às vezes feia, muito feia e às vezes bonita, muito bonita.
A minha sugestão é a seguinte, ponham-se à prova da seguinte forma. Se acham que são teimosos (e essa teimosia de algum modo nos ajudou em crianças para pacificarmos alguma situação), experimentem-se nas situações como não sendo teimosos. Se tiverem dificuldade, lembrem-se que é uma experiência. Se acham que são muito bondosos com os outros e que isso nem sempre vos faz bem, experimentem-se como sendo um pouco egoístas. Um exemplo é aquele alone time que já não nos lembrámos de ter ou quando compramos algo para os outros comprarmos para nós também. Experimentem.
Se acham que não têm qualquer jeito para manualidades ou para cozinhar (em algum momento isso aconteceu), experimentem-se com pequenas pinturas, com algumas receitas. E não gostamos todos do mesmo tipo de arte na tela, na cozinha e na Vida:).
#Remoção de Mágoas
_______________________________________________________________________
EN
There were times in our childhood when we believed there was something wrong with us. Whether it was the effusive and uncontrolled way in which we played and hurt ourselves, or when we expressed our vulnerability with a cry, a tantrum. Even snuggled by the affection within the family, we realized early on that we were alone being who we were, expressing ourselves in the best way we knew and that made the most sense to us.
In a way to get out of this insecure and lonely place, we gradually adjusted our behavior so that others would like us and for a more peaceful environment in our home.
And we slowly moved away from who we really are, from our expression that is often disjointed, confused, insecure and at other times focused, directed, confident. Sometimes ugly, very ugly and sometimes beautiful, very beautiful.
My suggestion is as follows, put yourself to the test. If you think you are stubborn (and this stubbornness has somehow helped us as children to pacify some situation), try yourself in situations as not being stubborn. If you have difficulty, remember that it is an experience. If you think that you are very kind to others and that it does not always do you good, try yourself as being a little selfish. An example is that alone time that we no longer remember having or when we buy something for others to buy for us too. Try it.
If you think you have no way of making crafts or cooking (at some point this happened), experiment with small paintings, with some recipes. And we don’t all like the same kind of art on canvas, in the kitchen and in Life :).